12 de agosto de 2007

MIGUEL TORGA

Comemora-se hoje o 1º Centenário do nascimento do romancista, poeta e diarista, Miguel Torga, pseudónio literário de Adolfo Correia da Rocha que adoptou em 1934 ao publicar "A Terceira Voz".
Depois de concluída a instrução primária, após uma breve passagem pelo Seminário de Lamego, emigrou aos 13 anos para o Brasil, tendo sido apadrinhado por um tio para quem trabalhou; que lhe garantiu o regresso e lhe dá uma mesada para os estudos. Licenciou-se em Medicina em 1933, que exerceu em Trás-os-Montes, Leiria e Coimbra, onde manteve consultório até ao fim da vida.
Considerado por muitos como um avarento de trato difícil, foge das elites pedantes, pois era um homem ligado à terra e poeta do mundo rural; dava consultas gratuitas a gente pobre.
Integrou o grupo inicial da "Presença" mas deixou de colaborar com a mesma em 1930, tendo fundado com Branquinho da Fonseca a revista "Sinal" que apenas publicou um nº. Em 1936 dirige uma nova revista "Manifesto" que se publicaria até 1938.
Foi o 1º vencedor do Prémio Camões em 1989.
Faleceu a 17 de Janeiro de 1995 e segundo publicou na altura o Jornal Público:"Torga representa de certa maneira o Velho Portugal: filho de famílias pobres de Trás-os-Montes, sofreu tudo o que um rapazinho sem posses sofria outrora num país miserável e atrasado".
Das diversas reacções à sua morte, destaco a de José Saramago "Demasiado cedo morreu Miguel Torga. Comprendo agora quanto gostaria de tê-lo conhecido. Demasiado tarde".

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