3 de outubro de 2007

O Caloteiro

Senhor José, não me paga?
Que vergonha é a sua?
Desde que ferrou o cão,
Não passou mais nesta rua.
-É talvez por lhe dever
Ou por ter medo de si.
Quer que deixe de comer,
Pra pagar o que bebi?
-Trabalhe seu mandrião,
Caloteiro de má raça:
Eu, quando compro a fazenda
Tenho de largar a massa.
Quer você, à minha custa,
Encher a pança de graça?
Não tem vergonha de ouvir
O que dizem quando passa?
Trabalhe, seu calaceiro,
Se quer ter algum valor:
Os calos são os anéis
Do homem trabalhador.
-Eu calos na mão não quero,
É canalha que arrenego;
Dispenso esses anéis
Que não dão nada no prego.
E é você que vem pregar
Moral, com esse peitinho?
Foi você que me roubou,
Vendendo água por vinho.
Lembre-se, seu impostor,
Daquele velho rifão
Quem enganar um vendeiro
Tem cem anos de perdão.
Amigos: para dar continuação,alegria e algum humor
ao nosso blogue, aqui deixo uma hitória da nossa Literatura Popular
de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Desejo um bom fim de semana para toda a turma do Teclar.

1 comentário:

Macua de Nacala disse...

Gostei muito da história do "caloteiro"... dá mesmo para rir.

Um beijinho

Elisa