12 de abril de 2008

Rio Triste



Longuíssimos braços têm
os olhos que tudo abraçam.
Somente, só os olhos vêem
os olhos que por mim passam.
Clandestinamente os lanço
braços de mar, olhos de água
Longo ser líquido avanço,
abraço a vida,e alago-a.
Destino do amor triste
que não ouve nem se vê.
Ama apenas porque existe.
Não sabe a quem nem porquê.
Nesta obrigação de estar
que a cada de um de nós cabe,
coube-me esta de amar
E ninguém sabe.
António Gedeão

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