21 de maio de 2008

A propósito de "Portugal... e os «Colonos» em 2008"

Olá, amigo Jorge!

Enquanto eu estava comodamente recostado no sofá, torcendo para que o Sporting marcasse, estavas tu a escrever o interessante, histórico e humorístico texto com o título em epígrafe.
Ontem à noite, enquanto tu procuravas o meu comentário no blogue, estava eu a ver "O Dia Seguinte". Desencontros...
Só hoje, porque alguém me alertou, vim ao blogue ver o delicioso texto que me dedicaste. Não te conhecia essa veia humorística. Parabéns!
Devo dizer-te que tens toda a razão quando sugeres que os terrenos baldios de Leiria (e não só!) deveriam ser cultivados e embelezados pelas razões que apontas e por mais uma: é que tudo quanto é produzido por cada um de nós tem um sabor especial... Pode ser igual ou até pior, mas para quem se empenhou no seu cultivo, o acompanhou e o viu crescer todos os dias... aquilo é o melhor que há. E fica sabendo, amigo Jorge, que é o carinho com que se cuida das coisas, ainda que só se disponha de um velho sacho, relíquia dos tempos do campismo, que nos proporciona o místico prazer de colher e saborear o que produzimos.
Um agricultor, sem a necessária sensibilidade para lidar com as suas plantas, ainda que disponha de um moderno parque de máquinas e das mais sufisticadas ferramentas agrícolas, poderá produzir maior quantidade, mas jamais conseguirá frutas e legumes com o mesmo sabor daquelas que produz quem trata da sua horta com carinho, ainda que disponha apenas de um velho sacho.
Fica sabendo, amigo Jorge, que as rosas das minhas roseiras são as mais lindas e perfumadas, não por serem podadas com uma tesoura brilhante e prateada, mas porque eu falo com elas todos os dias e as cumprimento todas as manhãs quando vou à varanda donde elas aguardam o meu sorriso... e tenho que olhar em todas as direcções, não vão as sardinheiras, as hortências ou os goivos terem ciúmes das rosas.
Avança com essa tua idéia do cultivo de todos os baldios da cidade. Quem sabe se com as máquinas e ferramentas que tens armazenadas com pouco uso, com a ajuda do Zé Ricardo e com a minha sensibilidade e carinho para lidar com as plantas não transformaríamos esta nossa cidade num verdadeiro roseiral, evocando o milagre das rosas e em homenagem à rainha Santa Isabel que por cá viveu.
Então, sim, pediríamos à nossa colega Elisa para ensaiar um coro com todas as senhoras do nosso grupo e cantaríamos um hino que poderia ter por nome "Cantam Flores no Roseiral". Claro que a reportagem fotográfica ficaria a cargo da nossa mais credenciada fotógrafa, a colega Helena Serrador.
Vai longo o devaneio, e por aqui me fico. Já passa da meia noite e por isso a publicação fica com data de 21 em vez de 20.

1 comentário:

Helena disse...

Olá colega António:
Acabo de me deliciar com o seu lindo texto e também com as suas belas qualidades de jardineiro e hortelão! Que escrevia muito bem, já eu sabia mas, que era tão sensível a ponto de saudar as flores todos os dias pela manhã, eu não podia imaginar!...Mais uma linda qualidade a somar às outras que já eram bem evidentes...E, a não querer desconsiderar nem as rosas, nem as sardinheiras, nem as hortênsias,nem as buganvílias, que lindo, que lindo que lindo e que romântico o colega António...
Qualquer dia vou espreitá-lo e fotografá-lo nessas saudações diárias tão românticas... devia sair uma linda fotografia, que acha?...
Aquele abraço...
Colega amiga
lena m.serrador