24 de outubro de 2008

O Burro











Vai ele a trote, pelo chão da serra,
Com a vista espantada e penetrante,
E ninguém nota em seu marchar volante,
A estupidez que este animal encerra.

.

Muitas vezes, manhoso, ele emperra,
Sem dar uma passada para diante,
Outras vezes, pinota, revoltante,
E sacode o seu dono sobre a terra.

.
Mas contudo! Este bruto sem noção,
Que é capaz de fazer uma traição,
A quem quer que lhe venha em defesa,
.
É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza.


Patativa do Assaré

1 comentário:

Margarida disse...

Caro colega: Lá vai o burrico passeando pelo campo, talvez à procura do seu curral...
O blog está ficando com muita pinta e desde que a Joana pediu poemas, assinalando o 20 Dia do Poeta; todos têm marcado presença com poesias dos nossos autores portugueses.
Assim é que é? Bons alunos e muito bem mandadinhos...
Parabéns.
Um abraço.