29 de novembro de 2009

Poema

Em Busca



Ponho os olhos em mim, como se olhasse um estranho,

E choro de me ver tão outro, tão mudado…

Sem desvendar a causa, o íntimo cuidado

Que sofro do meu mal — o mal de que provenho.



Já não sou aquele Eu do tempo que é passado,

Pastor das ilusões perdi o meu rebanho,

Não sei do meu amor, saúde não na tenho,

E a vida sem saúde é um sofrer dobrado.



A minh’alma rasgou-ma o trágico Desgosto

Nas silvas do abandono, à hora do sol-posto,

Quando o azul começa a diluir-se em astros…



E à beira do caminho, até lá muito longe,

Como um mendigo só, como um sombrio monge,

Anda o meu coração em busca dos seus rastros…



Poeta Alentejano José Duro

1 comentário:

Margarida disse...

Olá colega:

Isto é que vai um grande poema!
Que santa paciência...
Acabei de o ler mesmo agorinha e foi bom porque eu estava a ficar às cores, porque fiquei sem a página do Google.
Começam-me a subir uns fernicoques e vai daí depois de bastante tempo a procurar o defeito, tanto mexi que acabei por acertar, por acaso!

Até já respirei fundo...Que nervos!
Obrigada pela informação sobre o organizador do convívio, eu não sabia que era o Dias.
Também gostei da música dos Platers, pois dancei bem ao som deles nos anos 50.
Boa noite
Margarida