A Casa de Deus está assente no chão
Os seus alicerces mergulham na terra
A Casa de Deus está na terra onde os homens estão
Sujeita como os homens à lei da gravidade
Porém como a alma dos homens trespassada
Pelo mistério e a palavra da leveza
Os homens a constroem com materiais
Que vão buscar à terra
Pedra vidro metal cimento cal
Com suas mãos e pensamento a constroem
Com atenção e engenho e esforço e paixão a constroem
Esta Casa é feita de matéria para habitação do espírito
Como o corpo do homem é feito de matéria e manifesta o espírito
A Casa é construida no tempo
Mas aqui os homens se reunem em nome do Eterno
Em nome da promessa antiquíssima feita por Deus a Abraão
A Moisés a David e a todos os Profetas
Em nome da vida que dada por nós nos é dada
É uma Casa que se situa na imanência
Atenta à beleza e à diversidadeda imanência
Erguida no mundo que nos foi dado
Para nossa habitação nossa invenção no conhecimento
Os homens constroem na terra
Situada no tempo
Para habitação da eternidade
Aqui procuramos pensar reconhecer
Sem máscara ilusão ou disfarce
E procuramos manter nosso espírito atento
Liso como a página em branco
Aqui para além da morte da lacuna da perca e do desastre
Celebramos a Páscoa
Aqui celebramos a claridade
Porque Deus nos criou para a alegria
Poema citado, por D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima,
na Missa realizada na tarde de 12/10/07, na celebração dos 90 anos nas Apariçôes
da nova Igreja da Santíssima Trindade em Fátima.
13 de outubro de 2007
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