15 de maio de 2008

Dia Internacional da Família


O Nó do Amor

Numa reunião de pais numa escola da periferia, a Directora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...

Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as crianças.

Mas a Directora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e explicou, com seu geito humilde, que ele não tinha tempo de falar com seu filho, nem de vê-lo durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo...

Quando voltava do trabalho já era muito tarde e o garoto já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava a casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quand ia beijá-lo.Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.O nó era o meio de comunicação entre eles.

A Directora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O facto faz-nos reflectir sobre muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o importante é que o filho precebia através do nó afectivo, o que o pai estava dizendo.

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos com um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol.

1 comentário:

Graciete disse...

Margarida:
Obrigada pelo lindo texto sobre a familia,o gesto aparentemente tão simples daquele pai emocionou-me muito, afinal por vezes andamos tão ocupados e com a cabeça cheia de preocupações que nos esquecemos destes "pequenos grandes" gestos para com aqueles que nos são tão queridos.
Um beijinho da Graciete