12 de julho de 2008

Três gotas d' água de Afonso Lopes Vieira




Três irmãs, três gotas d' água

Que o infinito condensa,

Sua mãe nuvem do céu

Lá daquela altura imensa

Desprendeu.....................

Vem uma cai sobre a flor

Que à míngua d'água morria

E mal a gota sentia

Voltava-lhe o viço e a cor...

Caiu outra ao pé dum ninho

Que o passarinho bebeu...

Mas, a terceira no mar tombando

Dizia chorando:

Nestas ondas arrogantes

Desapareço mesquinha;

Responde a onda marinha

Já sou maior que era dantes...


in " O Livro das Rosas "

Afonso Lopes Vieira

1 comentário:

Anónimo disse...

Passei por aqui e surgiu-me uma dúvida: o penedo que aparece na praia que ilustra esta poesia não é o que caíu no Algarve vitimando três pessoas. Sendo assim, foi premonitória!
Pedro C.