26 de novembro de 2008

Tempo de Poesia --------- António Gedeão



Todo o tempo é de poesia.

Desde a névoa da manhã

À névoa do outro dia. .

Desde a quentura do ventre
À frigidez da agonia.

Todo o tempo é de poesia.

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.

Todo o tempo é de poesia.

Sob a cúpula sombria
Das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.

Todo o tempo é de poesia.

Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.

Todo o tempo é de poesia.
António Gedeão




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