Na igreja de certa aldeia
Uma torre arruinada,
De buracos muito cheia,
Fugiu toda a pardalada
Que ali contente morava.
Depois que se consertou,
A passarada
voltou.
Encontrando bem tapadas
Suas antigas moradas,
Dizem todos, voz em grita:
-Fizeram obra bonita!
Limpem as mãos á parede:
Foram a torre estragar.
Que patada!
Não serve agora de nada...
Assim mil vezes procede,
Em seu louco avaliar,
Deste mundo a pardalada.
Henrique O'Neill
(meu livro de leituras 1962)
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