16 de junho de 2010

David Mourão Ferreira

Recordando o Homem que entre muitos méritos, foi o Reponsável pelo Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian; no dia em que passam 14 anos sobre a sua morte.

LADAINHHA DOS PÓSTUMOS NATAIS

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que já não viva ninguém conhecido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito

1 comentário:

Margarida disse...

Olá Graciete:

Como vai a vida?
Li o seu poema, um pouco triste, mas na verdade não foi a minha amiga que o escreveu.

Isso me deu para a desafiar e pôr outro e assim o blog vai ficando actualizado.
Poucos escrevem, são uns preguisosos!
Vá Graciete vá aparecendo por este local, também é certo que nem sempre há tempo, mas numa aberta, só para dizer que está do outro lado...

Certo?
Abraços para o casal
Margarida